Tamanduá-bandeira
(Myrmecophaga tridactyla)
Outros nomes comuns
Tamanduá-açú
Taxonomia
Ordem: Pilosa
Família: Myrmecophagidae
![M.tridactyla map_2023_Pt](https://xenarthrans.org/wp-content/uploads/2023/05/M.tridactyla-map_2023_Pt.jpg)
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Descrição
Com um comprimento de cabeça e corpo de 1 a 1,4 m, cauda de 60 a 90 cm e peso de 22 a 45 kg, essa é a maior espécie de tamanduá. Suas características mais notáveis são a cabeça alongada com uma boca pequena, circular e sem dentes; as orelhas pequenas e arredondadas, e a cauda longa, coberta de pelos grossos e compridos. O corpo é coberto por pelos grossos cuja cor varia de cinza claro a escuro ou marrom; também pode ser esbranquiçado. Uma característica banda triangular delimitada por linhas brancas se estende do peito e da garganta até as suas costas, e as pernas dianteiras brancas às vezes apresentam uma faixa ou manchas pretas. As mãos têm quatro dígitos, com o segundo e o terceiro apresentando garras longas e poderosas.
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dieta
Os tamanduás-bandeira alimentam-se principalmente de formigas e cupins. Eles podem ingerir milhares desses insetos por dia. Ocasionalmente, eles também comem itens incomuns, como larvas de besouros ou abelhas que mantêm suas colônias em cupinzeiros.
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Distribuição
Foi registrada sua presença desde o nordeste de Honduras na América Central, ao sul, passando pelas terras baixas da América do Sul até a região de Gran Chaco na Bolívia, Paraguai e Argentina. Na América Central, a espécie desapareceu de grande parte da sua distribuição, com avistamentos recentes geralmente confinados a regiões montanhosas. O tamanduá-bandeira é considerado o mamífero mais ameaçado da América Central; parece estar extinto em Belize e Guatemala e desapareceu de algumas partes da Costa Rica. Na América do Sul, essa espécie parece extinta no Uruguai e em alguns estados brasileiros.
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Reprodução
Os tamanduás-bandeira alcançam a maturidade sexual entre os 1,8 e 4 anos de idade. Um único filhote nasce após uma gravidez de cerca de 6 meses. As mães carregam seus filhotes nas costas por vários meses. Os jovens se tornam independentes aos 8 a 9 meses de idade.
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Tendência populacional
Declinando.
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Fatos curiosos
O tamanduá-bandeira caminha sobre os nós dos dedos como alguns primatas. Possui uma língua comprida, cilíndrica e pegajosa, que pode se estender entre 35 e 40 cm.
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Ameaças
O tamanduá-bandeira está em risco de extinção devido à perda e fragmentação do habitat em grande parte de sua distribuição geográfica, e essas são ameaças significativas às populações da América Central. Quando encontrada em áreas naturalmente abertas ou de pastagem (especialmente onde os cupinzeiros podem ser encontrados em altas densidades), é particularmente suscetível a incêndios. Embora sejam um processo natural em parte da área de distribuição da espécie, esses incêndios têm aumentado em intensidade e frequência. Além disso, os incêndios intencionais para transformar florestas e campos em pastagens para o gado, bem como a mudança no uso da terra para áreas de agroindústria para plantar soja e outras culturas, estão aumentando em vários países, especialmente no Brasil e na Bolívia, e o número de tamanduás-bandeira queimados é alto. A subpopulação no Pantanal do Brasil sofreu um declínio significativo devido aos efeitos diretos e indiretos de incêndios intencionais.
A expansão urbana também é um problema, pois está causando o aparecimento da espécie nas ruas das grandes cidades.
Às vezes, os animais são atacados por cães. Em algumas partes de sua área de distribuição, os tamanduás-bandeira são ocasionalmente caçados para alimentação e, além disso, são capturados na natureza para serem mantidos como pets ou para o comércio ilegal. Na Bolívia, há evidências de que traficantes ilegais de presas de onça também estão exigindo garras de tamanduá-bandeira. Na Guiana, eles são mortos para uso medicinal e por motivos de superstição, pois algumas pessoas acreditam que eles trazem má sorte; também parece haver algum comércio internacional ilegal.
A contaminação ambiental também pode representar uma ameaça, já que foram encontrados altos níveis de mercúrio no sangue de tamanduás-bandeira do Brasil.
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Habitat e Ecologia
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Estado de conservação
Esta espécie está listada como Vulnerável na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. Tem ampla distribuição geográfica, mas existem muitos registros de extinções locais e regionais, especialmente na América Central (onde é considerado o mamífero mais ameaçado) e nas partes sul de sua distribuição. As baixas taxas reprodutivas, grande tamanho corporal, juntamente com ameaças como a degradação e perda do habitat em muitas partes de sua distribuição, provaram ser fatores significativos em seu declínio. O tamanduá-bandeira está atualmente listado em uma categoria de ameaça em praticamente todas as listas vermelhas regionais e nacionais. Foi estimada uma perda populacional com base em extinções locais, perda de habitat e mortes causadas por incêndios e atropelamentos. Com base nesse declínio e nas ameaças passadas e presentes, é provável que a população tenha sofrido uma redução geral no tamanho da população de pelo menos 30%, mas menos de 50%, nas últimas três gerações (suspeita de ter cerca de 21 anos).