Preguiça-de-coleira-do-sudeste
(Bradypus crinitus)
Outros nomes comuns
Preguiça-do-sul
Preguiça-preta-do-sul
Taxonomia
Ordem: Pilosa
Família: Bradypodidae
Descrição
Essa preguiça tem um comprimento cabeça-corpo de 59 a 75 cm e uma cauda curta de 4 a 5 cm. Ela pesa cerca de 4,5 a 10,1 kg. Os machos da preguiça-de-coleira são menores do que as fêmeas. A pelagem é marrom, com pelos longos e grossos, muitas vezes colonizados por algas. Tanto os machos quanto as fêmeas têm crinas pretas ao redor da região dorsal do pescoço, que são mais longas e mais escuras nos machos.
dieta
Trata-se de um folívoro estrito que se alimenta de um número relativamente pequeno de plantas. Um estudo descobriu que as folhas de 21 espécies constituíam 99% da dieta de três animais.
Reprodução
As fêmeas dão à luz um único filhote por ano. A maioria dos nascimentos ocorre no final da estação úmida e no início da estação seca (fevereiro-abril). A maturidade sexual provavelmente é atingida entre o segundo e o terceiro ano.
Distribuição
Bradypus crinitus é restrito às florestas costeiras atlânticas do leste do Brasil, onde sua distribuição é descontínua. Atualmente, a região montanhosa do estado do Espírito Santo é o principal reduto da espécie. Sua distribuição ao norte é atualmente delimitada pelo Rio Doce, na floresta atlântica costeira do centro do Espírito Santo. A parte mais ao sul da distribuição corresponde à porção centro-norte do Rio de Janeiro.
Fatos curiosos
Diferente de outras espécies de Bradypus, o macho da preguiça-de-coleira não tem a mancha dorsal ou espéculo, mas têm longas crinas pretas.
Tendência populacional
Decrescente.
Habitat e Ecologia
Essa espécie, em grande parte arbórea, é encontrada em florestas tropicais úmidas. A maioria dos registros é de florestas sempre verdes e apenas alguns avistamentos são de florestas semidecíduas. Ela pode ser encontrada em florestas secundárias em regeneração. As preguiças-de-coleira são ativas durante o dia e à noite, embora a atividade mais regular ocorra durante o dia. Entretanto, em algumas áreas, como a Reserva Biológica de Poço das Antas, no Estado do Rio de Janeiro, a preguiça-de-coleira é ativa principalmente à noite. A preguiça-de-coleira sobe lentamente e se posiciona na parte inferior dos galhos. Elas se deslocam, em média, apenas 17 m durante o dia e 5 m à noite. A área de vida foi estimada em 0,8 a 10,8 ha. A longevidade na natureza é de pelo menos 12 anos.
Ameaças
A expansão de pastagens, plantações de madeira e celulose, expansão urbana e áreas agrícolas – com a consequente perda de habitat – são as principais ameaças à espécie. Embora a taxa de desmatamento na Mata Atlântica do leste do Brasil tenha diminuído drasticamente nas últimas três décadas, ela não parou e, na verdade, se recuperou um pouco nos últimos cinco anos, de modo que a pressão sobre o habitat continua. Isso é particularmente verdadeiro no estado do Espírito Santo, onde o desmatamento ilegal ou não regulamentado por vários motivos, principalmente para expansão urbana e expansão agrícola (especialmente para pastagens), ainda está ocorrendo. Outras ameaças incluem a mortalidade acidental de B. crinitus nas estradas. De fato, a morte nas estradas pode ser considerada um impacto crescente devido à expansão ou duplicação de estradas. Várias outras ameaças significativas precisam ser abordadas, incluindo ataques de cães domésticos e mortes causadas por eletrocussão. O Bradypus crinitus é afetado pelo aumento da sazonalidade e pelas secas prolongadas. Essas ameaças podem se tornar mais intensas devido às mudanças climáticas. Além disso, essas novas condições podem afetar a disponibilidade de recursos, pois as secas prolongadas podem aumentar o risco de incêndios e alterar a vegetação local.
Estado de conservação
O Grupo de Especialistas em Tamanduás, Preguiças e Tatus da IUCN SSC avaliou recentemente o status de conservação dessa espécie. A avaliação está sendo revisada e, portanto, ainda não é definitiva.
Bradypus crinitus é considerado Ameaçado porque tem uma área de ocupação restrita (ou seja, área de habitat adequado) com base na floresta remanescente em sua área de distribuição severamente fragmentada. Sua área de ocupação e seu habitat estão em declínio contínuo devido à perda e à degradação contínuas do habitat na Mata Atlântica brasileira. Além disso, essa espécie, como todas as preguiças, é suscetível a colisões com veículos, um impacto crescente considerando a expansão urbana atual e futura e o desenvolvimento de estradas na região da Mata Atlântica ocupada pela espécie. A caça furtiva ou a captura para o comércio ilegal de animais, a eletrocussão e os ataques de cães podem ser ameaças menores cujo impacto, no entanto, não deve ser ignorado, principalmente em fragmentos florestais menores, onde a população é reduzida a poucos indivíduos.