Tatu-Canastra
(Priodontes maximus)
oUtros nomes comuns
Tatu-açú
TaxonomIa
Ordem: Cingulata
Família: Chlamyphoridae
Subfamília: Tolypeutinae


Descrição
Esta é a maior de todas as espécies de tatus existentes. Mede entre 75 e 100 cm desde a sua cabeça até a base da cauda, a qual tem um cumprimento entre 40 a 50 cm. Seu peso varia entre 20 e 60 kg, mas em condições de cativeiro foram registrados animais de até 80 kg. A carapaça tem entre 11 e 13 faixas móveis, ela pode variar entre marrom-escura e preta e tem uma larga faixa de cor clara ao redor de sua margem inferior. As garras nos seus dedos das patas da frente são grossas e muito fortes.

dieta
O tatu-canastra é insetívoro, alimentando-se principalmente de formigas e cupins. Ocasionalmente come outros invertebrados, como aranhas, besouros, baratas, miriápodes e vermes. Também come cobras pequenas, carniça e raramente figos e outras frutas.

Distribuição
O tatu-canastra ocorre desde o norte da América do Sul até a Argentina. Especificamente localiza-se ao leste dos Andes, ocupando a Colômbia, a Venezuela, as Guianas, o Brasil, o Equador, o Peru, a Bolívia, o Paraguai e o norte da Argentina. Pode ser encontrado em altitudes deste o nível do mar até os 500 m.

Reprodução
Os machos e fêmeas atingem a maturidade sexual aos 6,5 a 8 anos de idade. A duração da gestação é de 5 meses e as fêmeas geralmente dão à luz um filhote. O cuidado parental é longo. Os filhotes permanecem dentro da toca e são totalmente dependentes do leite materno por 6 a 8 meses. Às vezes, as fêmeas deixam os filhotes dentro da toca e fecham a entrada para impedir ataques de predadores.
Embora o processo de desmame termine por volta de 1 ano de idade, os filhotes permanecem com a mãe até os 18 meses de idade. Devido à longa dependência dos filhotes em relação à mãe, o intervalo entre os nascimentos provavelmente ultrapassa 3 anos.

fatos curiosos
A garra no terceiro dedo pode medir até 20,3 cm ao longo da curva, o que a torna a maior garra de qualquer mamífero vivo. Como consequência, o tatu-canastra caminha na ponta das suas garras dianteiras. O tatu-canastra tem mais dentes do que qualquer outra espécie de tatus e que a maioria dos mamíferos. O número total de dentes é altamente variável e pode atingir 100 ou mais.

Ameaças
A principal ameaça à espécie é a perda e a fragmentação do habitat devido ao desmatamento, à mudança no uso da terra e à agricultura. As colisões com veículos e a caça para obtenção de carne (geralmente para subsistência) também estão afetando a espécie. A captura ilegal de tatus-canastra para venda clandestina a colecionadores de animais ricos pode ser uma ameaça, mas é difícil de quantificar.
Os incêndios florestais podem ter um impacto severo sobre a espécie; Priodontes foi considerado uma das espécies mais afetadas pelos mega incêndios no Pantanal em 2020. Os apicultores retaliam os tatus-canastra que destroem suas colmeias em busca de larvas. Embora não tenha sido quantificado, é altamente provável que os pesticidas representem uma ameaça à saúde, à reprodução e ao condicionamento físico geral do tatu-canastra.

Habitat e Ecologia
Esta espécie habita florestas primárias sem perturbação. Ela ocorre nas florestas secas, florestas de planície úmidas e savanas. O tatu-canastra é altamente fossorial e noturno, mas pode estar ativo durante o dia, especialmente dentro das tocas. Ele costuma construir as suas tocas em terrenos inclinados, perto de corpos de agua ou nos montículos ativos de cupins. As suas tocas são usadas por outras espécies, existem registros de até 26 espécies de vertebrados usando estas estruturas. O tatu-canastra é naturalmente raro ao longo da sua área de distribuição. Esta espécie tem o home range muito grande, de 450 a 1500 hectares. Dependendo da área, ocorre em densidades entre 4,7 e 6,3 indivíduos por 100 km².
Com base nas informações científicas disponíveis, a duração da geração foi estimada em 11 anos.

Tendência populacional
Declinando.

Estado de conservação
Priodontes maximus possui uma ampla área de distribuição ao longo da qual está distribuído de maneira irregular e tem baixas densidades onde ele habita. A principal ameaça à espécie é a perda e a fragmentação do habitat devido ao desmatamento, à mudança no uso da terra e à agricultura, mas a espécie também é afetada pela caça para obtenção de carne e colisões com veículos. Por outro lado, o recente aumento de incêndios florestais em várias partes de sua área de distribuição tem um impacto severo sobre essa espécie, inclusive em áreas intocadas e/ou protegidas, como o Parque Nacional das Emas, a floresta amazônica e o Pantanal. Além disso, as vezes é capturado para ser mantido como animal de estimação ou vendido como “fóssil vivo” no mercado negro, mas geralmente não sobrevive por muito tempo em cativeiro.
Essas ameaças levaram a um declínio populacional estimado em pelo menos 30% nas últimas três gerações (o que corresponde a cerca de 33 anos), e a espécie desapareceu de grande parte de sua área de distribuição no sul. Portanto, ela está listada como Vulnerável (VU) de acordo com o critério A2cd. O tatu-canastra desapareceu de grande parte de sua área de distribuição no sul; de fato, ele é classificado como potencialmente extinto no Uruguai, listado como Em Perigo na Argentina e no Paraguai e considerado Vulnerável em oito países.
Priodontes maximus está incluído no Apêndice I da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES) e na lista internacional de espécies ameaçadas de extinção de acordo com a Lei de Espécies Ameaçadas dos Estados Unidos.