Tatu-das-savanas
(Dasypus sabanicola)
oUtros nomes comuns
—
TaxonomIa
Ordem: Cingulata
Família: Dasypodidae
Subfamília: Dasypodinae
Descrição
Este tatu é o segundo menor entre os Dasypus, seu comprimento de cabeça-corpo é de 25–31 cm, com 8 bandas móveis, cauda relativamente longa (17–21 cm) e peso corporal de 1–2 kg. É parecido com o tatu-galinha (D. novemcinctus) jovem. Entretanto, o tatu-das-savanas tem o focinho mais curto que o tatu-galinha e a carapaça tem coloração mais uniforme.
dieta
Esta espécie consome principalmente cupins, mas também come formigas, besouros e vermes.
Reprodução
Os nascimentos ocorrem de outubro a março. A implantação do óvulo fecundado é tardia, demora de 2 a 4 meses, garantindo que os filhotes nasçam em determinado período do ano que tenha alimento abundante para as fêmeas lactantes. A gestação provavelmente inicia em abril ou maio e termina em agosto ou setembro, quando nascem 4 filhotes monozigóticos (geneticamente idênticos). Não há dados disponíveis para a idade da primeira reprodução ou a longevidade de D. sabanicola.
Distribuição
Dasypus sabanicola é endêmica dos lhanos (planícies) da Venezuela e Colômbia.
fatos curiosos
As fêmeas no período reprodutivo podem acumular material vegetal na entrada da toca, onde deixam seus filhotes quando saem para buscar alimento. Esse material vegetal também protege as tocas de inundações durante o período de chuvas.
Tendência populacional
Decrescente.
Habitat e Ecologia
Dasypus sabanicola ocorre nos lhanos da Colômbia e Venezuela, onde pode ser encontrado em campos abertos ou hábitats com vegetação arbustiva em áreas com baixa e média altitude. Esta espécie foi registrada ativa durante o dia e à noite. Possui área de vida entre 1,7 e 11,6 ha. É possível que tenha o mesmo tempo geracional estimado para Dasypus hybridus, em torno de 4 anos.
Ameaças
Esta espécie está ameaçada pela intensa caça de subsistência na Venezuela. Esta é a espécie de tatu mais procurada pelos caçadores nos lhanos da Colômbia. Adicionalmente, a espécie é afetada pela conversão das áreas naturais em áreas agricultáveis (principalmente para culturas de arroz, soja e milho), plantação de espécies madeireiras e palmeiras para extração de óleo. Estimativas da região de Orinoquia, Colômbia, sugerem que aproximadamente 10% do hábitat natural está sujeito a mudanças do uso da terra a cada ano. Estima-se que a área usada para plantação de palmeiras para extração de óleo, espécies madeireiras, arroz, soja e milho na região de Orinoquia aumente mais de dez vezes na próxima década, especialmente devido ao aumento significativo da produção de biocombustível e madeira. Portanto, é necessária uma avaliação urgente sobre os possíveis efeitos sobre a população de D. sabanicola. Apesar da tolerância deste tatu à alteração de seu hábitat não ter sido estudada, os moradores informam que ele sobrevive em áreas com pastagens extensivas mas as populações estão declinando ou desaparecendo das áreas cultivadas. É possível que a espécie não possa sobreviver nas áreas cultivadas que utilizam agrotóxicos para o controle de insetos, já que reduzem severamente a disponibilidade do principal recurso alimentar do D. sabanicola.
Estado de conservação
Dasypus sabanicola está restrito às planícies (lhanos) da Colômbia e Venezuela, um ecossistema que está severamente afetado pela conversão do hábitat. Esse impacto deve aumentar significativamente na próxima década. O uso de agrotóxicos reduz severamente a disponibilidade de insetos, o principal recurso alimentar do D. sabanicola, comprometendo ainda mais a população. Além disso, há evidências da forte pressão de caça em várias partes de sua área de vida. Os fatores que afetam o tatu-das-savanas justificam a avaliação preventiva de Quase Ameaçado (NT), já que quase se qualifica para a inclusão nos critérios A2cd e A3cd devido a redução da qualidade e quantidade de hábitat além dos níveis estimados de explotação, durante três gerações (em torno de 12 anos). Recomenda-se uma nova avaliação assim que informações adicionais estiverem disponíveis.